02 junho, 2012

A vida em tons de cinza - Ruta Sepetys | Resenha

   Decidi dar um tom pessoal nessa resenha, pois é difícil resenhar um livro tão bom como A vida em tons de cinza sem comentar o seu contexto e o que eu achei da história de Ruta Sepetys.

Vida em tons de cinza, A
A vida em tons de cinza | Ruta Sepetys | Arqueiro 2011 | 240 Páginas
Ficção | ISBN: 9788580410167 | Skoob

   Durante os anos de 1939 e 1945 tivemos profundas mudanças e conflitos no mundo. Ocorreu a Segunda Guerra Mundial, que atingiu praticamente todas as nações do mundo. Hitler comandava a Alemanha e matava milhares de pessoas para deixar o país, segundo ele, com uma ''raça pura'', consequentemente ele matou milhares de negros, judeus e outras pessoas. De forma bem parecida pudemos ver o poder de Mussolini e o terror que ele causava com seu regime Fascista. Ao mesmo tempo estava ocorrendo a Revolução Russa, que tirou a Rússia da Guerra, o regime de Stálin era sangrento, ele queria implantar, e implantou, a União Europeia. Em 1941, Stálin anexou os países bálticos na URSS, desde então uma história de horror vivida pela população, poucas vezes contada pela opressão das autoridades é o tema do livro A vida em tons de cinza.
   Apesar de eu ter contextualizado o enredo por fatos históricos, esse livro é um romance e fala muito pouco sobre história, pode ser lido sem dificuldade por qualquer pessoa, e é difícil não se emocionar lendo a obra.
   Lina Vilkas tem apenas 15 anos, mas em uma noite de 1941 se vê obrigada a sair as pressas de casa com o irmão e a mãe, já que os guardas invadiram a sua casa e deram poucos minutos para se organizar. Aquela era uma das últimas vezes que a família Vilkas veria sua casa, a tranquilidade e as menores preocupações iriam se transformar em breve em uma luta para a sobrevivência.
   Ao sair de casa, Lina e sua família foram jogados em um caminhão onde se encontraram com várias outras pessoas da cidade, que se enquadram em uma lista dos considerados anti-soviéticos para Stálin que deveriam ser deportadas do país, entre esses poderíamos encontrar advogados, médicos, bibliotecários, padres, professores e todos aqueles que eram considerados anti-soviéticos. As pessoas dentro do caminhão logo foram separadas e transferidas para vagões de transporte para animais, em condições precárias diante de uma longa viagem. Ninguém sabia ao certo para onde estavam indo, as pessoas começavam a se enfraquecer, no caminho muitos não aquentaram e morreram, outros têm poucas esperanças.
   Lina, que ainda estava separada do seu pai, o encontra em um outro vagão com homens que estavam prestes a ser presos. Resta-lhe aproveitar do seu talento, que é a arte, para comunicar e enviar recados para o pai a encontrar um dia. Enquanto o tão esperado dia que a família iria se reencontrar não chegava, Lina passou a viver e enfrentar as dificuldades apenas com sua mãe e seu pequeno irmão de apenas 10 anos.
   Após o término da viagem de trem, Lina e as pessoas que estavam com ela chegam em uma fazenda, que é um campo de trabalho e descobrem que seus problemas estão apenas começando. A partir desse momento todos têm que trabalhar muito para garantir sua ração de pão no fim do dia, Lina começa a aproximar de Andrius, um menino que conheceu na viagem, ele sempre a ajuda com o que pode. Porém, isso está prestes a terminar, quando além de todas as dificuldades eles são separados e parte do grupo é transferido para o Ártico, no meio do gelo, sem nenhuma proteção ou auxílio. Resta a todos, e principalmente a família Vilkas, esperança para que um dia esse pesadelo acabe e eles consigam voltar para a Lituânia.
   O livro é narrado em primeira pessoa, pela própria Lina, sendo assim podemos ler e conhecer a estória nos mínimos detalhes de uma maneira bem leve e simples. Apesar de ser fictícia, a narrativa foi baseada em depoimentos de sobreviventes de gulags, que são os campos de concentração e campos de trabalhos da URSS, e um dos personagens realmente existiu.
   Uma obra marcante e emocionante que nos conta um lado da Segunda Guerra Mundial muito dolorosa que não é comentada, o terror que Stálin fazia com quem considerava anti-soviético. Vale a pena ler, um daqueles livros que você lê rapidamente e não se arrepende.

   Confira um vídeo em que a própria autora, Ruta Sepetys, comenta um pouco sobre A vida em tons de cinza

Notas e observações
As notas oscilam de 0 a 5, onde 0 é péssimo e 5 excelente.
Capa: 5 | Diagramação/Acabamento: 5 | Narração: 5 | Enredo: 5 | Custo/Benefício: 5 | Nota geral: 5
Resenha atualizada em 25/11/12 para atender aos novos padrões do blog.


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17 comentários:

  1. Eu tenho um amigo que se interessa muito por segunda guerra mundial, acho que vou dar um exemplar desse livro de presente para ele, e claro comprar um pra mim também kkkkk Achei sua resenha muito bem escrita, parabéns. A história parece ser muito bem escrita, trabalhada e emocionante pelo que você disse, e só de saber que é narrada em primeira pessoa, já me fez ter ainda mais vontade de ler, acho que para livros com esse estilo é essencial que seja assim, pra passar mais emoção. Parabéns novamente pela resenha ^^'

    Beijos
    @EntreLeP / @PollyanaCampos
    http://entrelivrosepersonagens.blogspot.com.br/

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  2. Oi,
    Não conhecia o livro, bastante interessante
    Agora fiquei com muitas curiosidade KKK
    Sua resenha ficou ótima, parabéns!


    Lucas / Era uma vez....
    livrosecontos.blogspot.com

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  3. Não sei a razão, mas esse livro me parece ser ótimo. Não gosto nem um pouco dessa capa, mas o título é marcante. É como se eu fosse atraído por ele. Apenas por ele. Gostei bastante da resenha, parabéns! Parabéns pelo blog também!

    Abraços,
    Felipe
    http://ahoradolivro.blogspot.com/ 

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  4. Ao contrário de muitas pessoas, eu gosto de livros que se passam em tempos mais antigos, e ficam melhor ainda narrados na primeira pessoa, sem dúvidas esse livro deve ser ótimo!!!!1
    Rafa :)
    Blog Melody
    Seguindo e retribuindo a visita :)

    http://rafaacarvalho.blogspot.com.br/ 

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  5. Eu amo livros com esse tipo de temática e que nos levam a tempos mais nostálgicos.Fiquei interessado em ler.
    Um grande abraço Caíque!!!

    Bruno
    http://oexploradorcultural.blogspot.com

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  6. Ah,particularmente eu gosto e não gosto de livros assim, mas esse em especial me chamou atenção ;)
    Espero ler ele qualquer dia! 
    Beijos e parabéns pela resenha! 
    A autora parece ser uma fofa hah

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  7. Oie... Nossa, esse livro parece ser bem legal. To doido para lê-lo!!!

    Abraços, Lucas
    ESCONDIDOS NO LIVRO!!!

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  8. Parabéns pela resenha Caíque! Estou ansiosa para ler A Vida em Tons de Cinza! Abraços!

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  9. Esse livro é lindo demais!!Não tem como resenhá-lo sem expor nossa emoção. A resenha ficou ótima. Eu adoro livros que abordam a temática sobre a Segunda Guerra. 
    Esse livro, sem dúvidas, é um dos meus preferidos.Bjs!Zilda MaraCachola Literária

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  10. Pela maneira que vc escreveu a resenha do livro ele parece ser realmente emocionante, eu já tinha ouvido falar dele mas nunca tinha parado pra ler a sinopse, e o que mais me interessou foi o fato da história se passar durante a 2ª Guerra Mundial, depois de ler A Menina Que Roubava Livros e fiquei curioso pra ler mais livros que se passassem nessa época.

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  11. Adorei a resenha, já vi muitos posts sobre o livro e muitos falaram que ele é super legal. 
    O blog está de parabéns.
    Abraços
    www.livrosnapipoca.blogspot.com

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  12. HUm...esse livro deve ser muitoo bom mesmo. Eu sempre vejo resenhas positivas dele. Adorei o vídeo da autora, n tinha visto. Parabéns pela resenha.
    Beijocas!http://palomaviricio.blogspot.com.br

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  13. A Vida em Tons de Cinza é mesmo um livro muito especial. Ele me emocionou muito e foi lindo o modo como autora partilhou as histórias de tantas pessoas em um único romance. Acho que esse foi o livro mais emocionante que li até agora. 

    Beijos
    Tati - Coração Literário

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  14. A Vida em Tons de Cinza parece ser aquele tipo de livro que você não consegue parar de ler e que faz você se emocionar por conta das dificuldades. Me lembrou do livro, A Menina que Roubava Livros, acho que por ser sobre a segunda guerra mundial, claro que eles são muito diferentes, mas é esse tipo de livro que carrega mais do que uma história, carrega emoções e transmite á pessoa que lê. Realmente gostei muito da resenha, adorei seu blog e já estou seguindo.

    Agente já postou outra resenha lá, quer ler? http://falleninme.blogspot.com/ desde já obrigada!                   - Mica

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  15. Oi Caíque!
    Gosto bastante de livros que seguem esses estilo e já faz algum tempo que ele está na minha lista. Espero poder ler ele logo. Inclusive, ele me lembra um pouco A Menina que roubava livros, que eu amo muito! Então minha expectativa está lá em cima e sua resenha fez com que ele aumentasse ainda mais! Abraço!  ;)

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  16. Olá Caíque.
    Ficou muito legal a resenha.Quando comecei a ler a resenha lembrei do livro A Menina que roubava livros.
    Fiquei com vontade de ler esse livro mesmo não sendo muito fã de livros com histórias de guerra.
    Quero saber o que vai acontecer com a Lina, sua família e com o Andrius.
    Bjins.

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  17. Olá,

    Tenho esse livro, mas ainda não o li, porém a Segunda Guerra Mundial é um assunto que sempre gosto de estudar, por ter transformado o mundo e ser uma cicatriz incurável na história mundial.

    Gostei de resenha e vou lê-lo em breve, então.

    Att,
    R.S.Merces

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